terça-feira, 20 de março de 2012

CONVITE:

Santa Marta, com permissão, me apresento...





Meu nome é Roberta, eu sou designer, padeira, saxofonista (preguiçosa..), hortelona... em resumo.. sou curiosa. Escolhi estudar DESIGN como profissão, porque eu poderia trabalhar com a CRIATIVIDADE.


Desde os primeiros trabalhos na faculdade, eu sempre optava criar projetos que fizessem sentido para mim e para o outro, que trouxessem algum benefício real, que servisse para solucionar alguma dificuldade de alguém ou de um grupo de pessoas. Mas isso não fazia muito sentido para o mercado na época em que estava me "formando" e com a pressão de começar a fazer dinheiro e pagar as contas, acabei cedendo a projetos "sem sentido" para mim.. "bonitinhos, mas ordinários" a meu ver.

É claro, que isso gerou crises internas profundas, e fui buscar INSPIRAÇÃO em outras profissões e partes do mundo.

A ecologia sempre me acompanhou, sempre mexeu profundo. Minhas brincadeiras de criança eram sempre em algum mato, a maioria dos meus aniversários na Floresta da Tijuca. Colecionava pedrinhas que achava que eram cristais mágicos com significados bem maiores do que eu podia compreender. A noite, sozinha, eu tinha uma espécie de benção secreta que era simplesmente, imaginar que meu corpo deitado fazia o desenho de uma folha. E então, após contornar o desenho da "folha" na imaginação, eu agradecia à mãe natureza, ao pai sol, os ventos e todos os seres da natureza por minha saúde e da minha família. Um dia cresci e esqueci disso. Só anos depois, voltei a lembrar, durante uma vivência que me marcou profundamente.


"Encontrei minha Tribo!!"
Esse ano, era 2008, e eu havia decidido que iria passar 10 dias numa "eco-vila" em Ubatuba para descobrir o que era um movimento que achei na internet "por acaso", chamado:"Permacultura". A frase de 2 linhas explicando do que se tratava o curso, me fez entender que eu tinha que arrumar minhas malas e partir em 5 dias, e simplesmente estar lá.


A PERMACULTURA nada mais é que um resgate de saberes tradicionais da humanidade, que possibilita que um indivíduo ou uma comunidade, se mantenha em equilíbrio constante e permanente com o seu ecosistema, trabalhando em colaboração COM a natureza para criar ABUNDÂNCIA de recursos e assim, sempre poder "retirar" o suficiente para sua susbsistência e de seus descendentes por vir, mas também, enriquecer CONTINUAMENTE o solo, para que ele se mantenha sempre muito vivo. Com isso, o ecosistema se torna resistente para nos proteger de impactos externos (doenças e mudanças climáticas por exemplo). E ISSO VALE NÃO SOMENTE PARA O MEIO RURAL COMO - ESPECIALMENTE - PARA A CIDADE GRANDE!

A descoberta da Permacultura me fez então redescobrir minha profissão de DESIGNER, num âmbito muito maior e mais interessante. Com isso, redescobri também meu sentido de orientação na vida, porque eu entendi que eu podia trabalhar usando a CRIATIVIDADE para INSPIRAR mais pessoas e CRIAR COM eles, sistemas que trouxessem essa abundância de recursos, e um em especial: FELICIDADE. Pois esta é a fonte de toda inspiração.

Mas ainda tinha um problema: para viver nessa socieade, com o que eu acreditava, eu esbarrava no mercado capitalista selvagem, que não cedia espaço para indivíduos que pensam com o coração. O modelo capitalista antigo é o oposto do princípio da abundância e da felicidade. Extrai mas não repõe, não devolve.. e assim, um dia acaba. 



Foi então que comecei a descobrir mais um movimento que se espalhava pelo mundo: os NEGÓCIOS SOCIAIS. Indivíduos, determinados e persistentes, começaram a criar e fazer negócios sociais, que tem na sua razão de ser: a geração de benefícios reais para pessoas (seja em saúde, economia, meio ambiente, jurídico, etc). Estes negócios possibilitam um IMPACTO POSITIVO EM GRANDE ESCALA NO MUNDO e, conseguem ser lucrativos financeiramente para se manter e crescer. Estes negocios tem princípios norteadores e portanto são sustentáveis na essência: SOCIAL, ECONOMICO E AMBIENTAL. Se não atenderem a esses princípios, perdem sua razão de ser.

Então finalmente eu entendi: 
criatividade + ecologia + negócios sociais = oportunidades geradoras de rendabiodiversidade e felicidade.

Quantas oportunidades podem ser criadas a partir da multiplicação e compartilhamento dessas idéias?

Fiquei com isso rodando na cabeça, e num dia, em 2011, ouvindo uma palestra, eu tive uma idéia!

Apresentei essa ideia num concurso e uma moça moradora e empreendedora social no Santa Marta que assistia se animou: "te ajudo a fazer essa idéia acontecer no Santa Marta, porque isso vai fortalecer as REDES de empreendimentos que ali já existem, vai fortalecer atrativos da minha comunidade e com isso gerar mais oportunidades". Era o que eu precisava ouvir!  :)

Durante um primeiro encontro com moradores, a queixa principal quanto a projetos "de fora" era que: "os projetos sempre chegam prontos, e nunca nos perguntam o que a gente quer de fato".

Então, é isso que estou me propondo a fazer. Quero conhecer as pessoas, saber suas histórias, saber quais são seus sonhos, o que lhes inspira, o que querem para a comunidade e para suas vidas?

E a partir dessas respostas, então sugerir:

Quantas oportunidades podemos criar usando nossa CRIATIVIDADE, nosso sentido de ECOLOGIA e inspiração dos novos NEGÓCIOS SOCIAIS? Quanto conhecimento e experiências de vida podemos trocar e conquistar? 

É um convite para um ENCONTRO.


"Princípio 1 da Permacultura: Observe e interaja"

Convido a comunidade Santa Marta a participar, de coração.


Segue no próximo post, convite com mais detalhes.

Abraços,
Roberta Rangé




Será apenas coincidência?



Já ouviram falar da "Teoria do Campo Mórfico e o centésimo macaco" ?

Há mais de 30 anos, cientistas estudavam colônias de macacos em ilhas isoladas nas costas do Japão. De maneira a observá-los e anotar registros, os cientistas atraíam os macacos para a praia oferecendo-lhes batata doce. Os macacos desciam das árvores para aproveitar a refeição gratuita e se colocavam numa posição onde poderiam ser facilmente observados. Um dia uma macaca de 18 meses chamada de Imo começou a lavar a sua batata no mar antes de comê-la. Imagino que isto melhorou o sabor por tirar os grãos de areia e pesticidas, ou então ficava mais saborosa por causa do sal. Imo mostrou a seus companheiros de brincadeiras e à sua mãe como lavar as batatas, seus amigos mostraram às suas mães e, gradualmente, mais e mais macacos começaram a lavar as suas batatas ao invés de as comerem como eram oferecidas. Inicialmente apenas as fêmeas adultas que imitavam seus filhotes aprenderam mas, gradualmente, outros aprenderam também.

Um dia, os cientistas observaram que todos os macacos daquela ilha estavam lavando suas batatas antes de comê-las. Embora isto seja significativo, o que foi mais fascinante é que esta mudança no comportamento não ocorreu apenas naquela ilha. Subitamente os macacos de todas as outras ilhas estavam lavando suas batatas - apesar das colônias de macacos das diferentes ilhas não terem nenhuma comunicação entre si.

O centésimo macaco contém a promessa que, quando um número crítico de pessoas mudar seu comportamento ou atitude, a cultura como um todo mudará. O que era inimaginável, começa a ser feito por alguns, depois por muitos, até que um número crítico de pessoas faz a mudança e torna-se o padrão de como agimos e do que somos como seres humanos." "TEORIA DO CAMPO MÓRFICO" do biólogo Rupert Sheldrake.

Trabalhar a terra, entender as respostas que a natureza nos oferece a todo instante, voltar a nos conscientizar do que somos pelo o que comemos, saber e confiar na procedência dos nossos alimentos, da nossa água, saborear um alimento que você mesmo plantou, sentir o cheiro e o sabor puro que só os alimentos orgânicos têm. Resgatar e valorizar a sabedoria intuitiva de nossos antepassados, vivenciar momentos de sutileza esquecidos há muitos e muitos anos de vida numa cidade grande. Se permitir o tempo de apreciar o alegre vôo de uma borboleta.

Estes valores estão brotando cada vez com mais frequência em corações por toda parte do mundo. 
Ousemos sonhar e sermos seres sutis e criativos. A evolução já está acontecendo.
A inspiração é a fonte da transformação.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Ajuste dos ventos..

Amigos,

Sentindo os ventos do fluxo de energia, eu precisei fazer um ajuste na direção em que o projeto Jardins Suspensos andava no ano passado. Eu estava pesquisando para realizá-lo como piloto na Rocinha, mas estava muito no início da idéia e não tinha uma visão mais clara do que e como começar. Então parei durante um período. E depois, quando recomecei, os ventos me levaram na direção do Santa Marta, em Botafogo. Como a energia começou a fluir mais facilmente nesta direção, optei adaptar o projeto para esta comunidade. Além do fato de ser muito perto da minha casa, e por isso só, ja representar um dos pontos cruciais de um projeto sustentável ("comece localmente"), o fato de ser uma comunidade menor, facilitava a pesquisa.

Por isso, peço a moradores da Rocinha, a quem contactei durante o período inicial desta pesquisa, que compreendam as razões dessa mudança de direção e que continuem a colaborar para que o projeto possa se desenvolver no Santa Marta e assim, um dia, voltar a acontecer também na Rocinha e demais comunidades do Rio. O meu sonho é que esse projeto cresça e aconteça por toda parte!

Abraços,
Roberta